segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Muito além da carne!



Depois do meu último período mestrual me bateu uma carência daquelas, não só de sexo, mas uma carência bem maior, pois sexo até que estou evitando ultimamente. Juro! Simplesmente por uma questão de energia. Parei pra pensar no tanto que sexo é uma troca de energia cabulosa e daqui pra frente quero focar muito nessa troca de energia com alguém que esteja disposta a fazer uma troca justa e boa.
Estou até com preguiça de sexo, sabia¿ Ter que me arrumar, depilar, escolher lingerie. Pois é assim quando não se tem tanta intimidade. Estou preferindo as coisas que acontecem espontaneamente. Ando dispensando sexo por aí por pura preguiça, também.
Amando minha soletude, de pernas pro  ar, sozinha em casa, meus livros, minhas músicas, minha vidinha. Depois de anos de militância, estou na minha fase mais egoísta e sem culpa na cabeça.
Confesso que sinto falta de uma boa companhia, um papo agradável, um vinho e se o sexo vir como consequência, ótimo! Algo que vai além da carne,  estou sentindo mesmo é falta de troca, algo bem complicado em uma geração de amores e relações líquidas.
Não estou aqui querendo ser conservadora. É que com o passar do tempo vamos(pelo menos eu) sentindo falta de algo mais, nem precisa ser necessariamente uma relação, pode ser momentos de trocas, basta estar disponível para conhecer o outro sem pretensão e se rolar algo a mais, com certeza será fruto de uma construção e senão rolar, a troca já é uma experiência. Conhecer o outro é sempre uma experiência que pode ser boa, mas nos dias de hoje as pessoas caem nesse jogo  deprimente de não querer gostar, de não mandar aquele recadinho, pensando no que a pessoa vai pensar, se ela vai sumir, ou se ela vai achar que você vai ficar no pé. No fundo, pode ser só um convite pra sair, pra dançar, pra conhecer, conversar...Simples assim! E estão todos presos nessas paranóias ou nessas regras idiotas. Essa geração de desapego está cada dia mais presa, porque não há nada melhor do que se entregar e permitir. E não falo somente de sexo, na verdade, nem estou pensando nisso. Falo de se permitir conhecer o outro de uma maneira salutar.
Recentemente tava nessa disposição. Pacientemente conhecendo um rapaz, mas depois do primeiro encontro , o sumiço dele.  Uma noite agradável que se resumiu a um papo ótimo e um sexo razoável (não gozei), mas repetiria a noite se fosse possível. Até tentei, mas percebi a distância, mas tentei, me permiti conhecer, mandei o recado sem pretensão e estou pouco me lixando para o que ela deva estar pensando.
Enfim, pelo menos eu posso continuar aqui, lendo, ouvindo música, perna pra cima, minha vidinha...Segue!


(Tentando sobreviver nesse mundo,onde a “carne” é prioridade, estou pensando muto além...)

Karlinha Ramalho

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