É sempre válido fazer uma certa análise sobre
ressurreição.Pode ser até mesmo o conceito cristão, “Morrer pra nascer de
novo” e isso é incrivelmente importante pra nos tornamos pessoas melhores.
Morrer não no sentindo literal da palavra, tem muito haver
com recomeços. No meu caso, eu não morri, mas perdi. Perdi pra mim mesma, perdi
alguém legal, por um instinto de defesa que acabei criando depois de tantas
decepções. E é claro que tudo isso misturado com álcool, vira uma coisa bem
maior, uma monstruosidade mesmo.
Virei um mostro, tentando defender essa minha liberdade que
conquistei, mas no fundo não sou livre. Estou presas a tantas mágoas e
rancores, que me deixam na defensiva e acabo magoando pessoas que entram em
minha vida. Eu mesmo me saboto, destruo minhas relações antes de começá-las.
Eu desaprendi à amar de maneira saudável, eu não sei deixar alguém
me amar, desaprendi a me relacionar, não consigo ter relações estáveis. Sou uma
monstrinha!!
Virei uma mostra que cuspiu fogo e queimou todos os
sentimentos bons que estava surgindo em uma relação boa, cuspi fogo, queimei
alguém e me queimei muito mais. Perdi! Sou brasa, últimas faíscas de um fogo
nocivo.
Virei mostra, queimei e morri!
A maturidade tem me
ressuscitado e me tornando uma pessoa melhor. Não sei se ainda sou monstra.
Talvez ela esteja adormecida dentro de mim.
Vou mudar, por mim!
Karlinha(monstra) Ramalho