segunda-feira, 1 de abril de 2024

MATA ATLÂNTICA

Eis que depois de passar pela “Cilada Bino” que foi meu último relacionamento, meu chat do Instagram começou a bombar de convites. Um rapaz em específico que eu achava feio pelas fotos, mas um dia o vi pessoalmente em um show, me pareceu bem interessante. Um dia ele me chamou pra sair e eu aceitei.

O date foi na casa dele mesmo, aliás um belo apartamento. Passamos horas bebendo, rindo, ouvindo vinil e tendo papos cults. Quando eu tomei a iniciativa de dar um beijo no boy, logo me deu vontade de ir embora.

O segundo date foi na casa do boy de novo e eu fui pronta pra atacar. Meia hora de conversa, eu já peguei no pau dele e fomos direto pro quarto.

O sexo foi bom, cheio de putaria como eu gosto. O pau dele não era grande, mas sabia usar. Maaaaaaaas, um detalhe me incomodou: O cara tava com uma super Mata Atlântica entre as pernas.

Essa situação se repetiu todas as vezes que transamos, até no dia que ele me pediu um sexo oral e então eu disse que faria somente se ele “desmatasse a floresta”(antiecológica nesse momento).

Não deu nem tempo do cara desmatar a mata pra poder receber um boquete, porque certo dia ele postou uma foto com meu ex “Cilada Bino” , e eu bêbada fui grossa com ele, depois me arrependi. Enfim...

Depois disso, nunca mais me chamou pra sair e pelas minhas pesquisas de FBI, hoje ele está  até namorando com outra. Pois é, perdi esse contatinho...Pelo menos ele não era bonito, né!? Era bom de cama, mas a Mata Atlântica me incomodava bastante, mesmo eu sendo uma grande defensora da biodiversidade.

HOMENS, SE DEPILEM!


Karlinha Ramalho

quarta-feira, 27 de março de 2024

CILADA BINO

 


Eu, uma mulher madura, rumo aos 40, cheia de experiências,  funcionário pública bem sucedida, achava que nunca mais iria me envolver em um relacionamento tóxico, por conta de todos que vivi no passado.

Eis que no carnaval de 2023 de uma cidade pequena de Goiás, eu me encanto por um rapaz exótico, velho, magrelo, olhos verdes, calçando um sapato feminino. No auge da loucura do carnaval eu não me atentei aos sinais, ou seja: A CILADA BINO QUE ESTAVA POR VIR.

Um mês depois, lá estava eu dormindo na casa do boy e aceitando namorar. Nossa primeira viagem juntos, foi um desastre. Eu bebi demais, bati o carro e brigamos feio.

Ele sempre com seus figurinos diferentes, bebendo além da conta e eu levando em conta que ele era um artista. Na real, nunca conheci uma pessoa tão egoísta em minha vida. No início, o sexo bom e o pau gigante amenizava muita coisa.

Um sagitariano como eu, que não dava satisfação de nada, não tinha responsabilidade com a própria vida, sempre pedindo favores para realizar seus projetos e eu no caso, virei sua assistente de trabalho, o levando para seus eventos, carregando suas caixas de som no meu carro e nem recebendo a gasolina por isso. Estava cada dia mais exausta.

Quanto a isso, tudo bem. Mas o fato do cara ter sérios problemas de saúde mental e o vício em álcool e não fazer questão nenhuma de se tratar, era o pior de tudo. E eu dentro desse relacionamento terrível, o amando e sem consegui me libertar. Tenho pavor só de lembrar!

É claro que tivemos momentos bons, mas também muitos momentos de ofensas diversas, momentos que cheguei ao meu ápice, desencadeando crises terríveis de ansiedade. Até eu consegui tirar forças dentro de mim e cair fora.

Foram apenas e tortuosos oito meses. Hoje eu me sinto vitoriosa, porque mesmo vivendo tudo isso, eu me impus sempre, eu me priorizei, eu disse “não” várias vezes e não deixei ninguém me diminuir e me explorar.

No fundo, não acho que ele seja uma pessoa má, apenas alguém negligente com sua saúde mental e principalmente, vítima do vício, que tirou tudo que ele tinha nessa vida, mas jamais seu talento. Hoje eu tenho absoluta certeza que o alcoolismo é o pior dos vícios, mas infelizmente cabe a ele se ajudar.

Eu estou aqui de volta a terapia, mais uma vez traumatizada, fazendo meus ebós de limpeza e com total preguiça de conhecer alguém. Mas de uma coisa eu tenho certeza: CILABA BINO, NUNCA MAIS!

Karlinha Ramalho